segunda-feira, 27 de abril de 2015

Dia das mães, que tal um novo olhar para essa comemoração?

Olá pessoal!
Convido-os à uma reflexão aprofundada desta data considerada tão importante.
Quebra de paradigmas.

   O dia das mães está chegando, as escolas sempre se preparam para este momento, organizando um espaço acolhedor para as mães, preparam as crianças para uma linda apresentação, fazem lindas lembrancinhas.... mas será que as crianças querem fazer tudo isso???
   Estamos no século XXI, as famílias perfeitas de décadas  atrás não  é a realidade do mundo que vivemos, hoje as famílias se constituem das mais diversas formas, (Livro: "A FAMÍLIA DO MUNDINHO") uma história a ser trabalhada com as crianças que retrata perfeitamente essas famílias diversificadas.
   Quantas crianças não tem a figura materna, pois moram em abrigos, os avós que criam, a mãe abandona e o pai cria, enfim... Será  que isso também não  é exclusão?
   Para muitos que podem compartilhar deste momento talvez jamais tenham pensado nisso não  é???? Mas a criança que não tem essa figura com certeza ficou marcada por todas as festas que teve que dançar e ensair exaustivamente para fazer bonito no palco e não ter a "mamãe" para prestigiá-la.
   A escola fala tanto no trabalho com a família... será que essa festa não  poderia ser para eles??? Assim todas as crianças teriam a garantia de um representante.
   Outro ponto importante a ser ressaltado são as famosas lembrancinhas.... são lindas, perfeitas e úteis, mas quem se deu o trabalho de fazer??? O professor?
   Mais uma visão errônea, as crianças devem ter a participação na construção deste presente, afinal será entregue por ela para um alguém especial, nada mais coerente do que ter as mãos dela nesta confecção. 
   Chega de perfeccionismo, as crianças são criativas, geniais mas infelizmente poldadas a todo instante, o belo está  nos olhos do adulto que julga ser bonito ou feio por padrões impostos pela sociedade que vivemos, pois já está enraizado esta cultura, mas para  a criança tudo o que ela constrói é lindo, é encantador, seus olhos brilham quando dizem... "Foi eu que fiz". 
   Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais, fomenta que a criança é um ser pensante, cheia de criatividade... e muito além do ato de cuidar, existe a necessidade de educar. A educação infantil tem como finalidade desenvolver a criança integralmente em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social.

    Vamos refletir, é apenas um convite! É preciso começar a fazer  a diferença.

Talita Zornoff.

sábado, 25 de abril de 2015

Repensando os estereótipos na Educação Infantil

Olá pessoal!

    Hoje estou aqui para desabafar um pouco da minha angústia quanto educadora.
   Atualmente trabalho em Osasco, um  município de São Paulo, tenho vivido muitas angústias, pois acredito que a escola pública pode oferecer uma educação de qualidade sim, e isso não precisa começar pelo dinheiro e sim pelas atitudes, reflexões e pela quebra de paradigmas e estereotipias. Nossa crianças merecem vivenciar novas experiências diariamente, merecem um espaço pensado para ela com toda segurança e com condições de ser explorado.
   Diante de tantas coisas que tem acontecido na educação em todos os seus âmbitos, eu ainda posso agradecer a Deus pelas minhas companheiras de trabalho que tenho, afinal somos em 4 e a nossa sintonia é visível, temos a mesma proposta de trabalho e acreditamos na criança potente.
   Pensando assim, em prol das crianças e de acordo com a proposta desta prefeitura o projeto deste mês era trabalhar os contos indígenas. O grupo abordou a cultura indígena de forma estereotipada, com cocar, oca, pintura de rosto no dia 19, enfim....
   Desculpe mas acho que os contos indígenas são muito ricos para serem desenvolvido com as crianças, podendo envolve-los com os personagens, levando-os para a sala de aula e colocando-os como protagonistas desta construção, o que foi muita mais rico e compreensível, tenho certeza, pois as crianças tem nos dado essas respostas diariamente, temos o papel de formar seres pensantes e reflexivos, protagonistas de sua história e não seres alienados e corrompidos por uma sociedade egoísta e consumista.
   Por isso, mesmo tendo já passando o dia do índio, acho que a reflexão é sempre bem vinda em qualquer momento, então sugiro a leitura deste texto da nova escola, que aborda um pouco desda cultura com um olhar diferenciado, o olhar que nós educadores, seres reflexivos, pensantes e formadores de opiniões devemos ter.  
   Até porque o índio hoje ele é contemporâneo, vive na mesma sociedade como nós e não de forma isolada, hoje eles estudam, se formam em faculdades, andam na rua e vestem roupas e não andam mais nus.
   Após essa discussão com as professoras que trabalho, resolvemos fazer um trabalho que se complementassem, e hoje tivemos um grande resultado que ainda está para ser finalizado. Através da literatura infantil (gênero lendas) trabalhamos com as crianças o seu imaginário, brincadeiras, construção dos personagens com sucatas, músicas, histórias em áudio e muitas outras coisas que surgiram ao longo dos dias.
   O cenário que procuramos montar para que as crianças se envolvessem com as histórias foi coletiva e claro com a participação de cada um deles.
Está assim.... Ainda será finalizado, pois estamos trabalhado a nossa última lenda.


   Acho que quanto educadores precisamos repensar a nossa prática diariamente, buscar novas leituras, estar sempre atualizados, ter um olha atendo as crianças e as suas escutas.

    A Educação infantil corresponde à educação ministrada desde o nascimento até os 6 anos, aproximadamente. Considerada indispensável, ela oferece os fundamentos do desenvolvimento da criança num aspecto físico, psíquico, cognitivo e social (FREIRE, 2006).

Cem linguagens da criança


“A criança é feita de cem...
A criança tem cem linguagens
(e depois cem cem cem)
mas roubam-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura
lhe separam a cabeça do corpo...
Dizem-lhe enfim:
Que o cem não existe.
A criança diz:
Ao contrário o cem existe”



(Loris Malaguzzi)


Talita de Oliveira Zornoff