sábado, 25 de abril de 2015

Repensando os estereótipos na Educação Infantil

Olá pessoal!

    Hoje estou aqui para desabafar um pouco da minha angústia quanto educadora.
   Atualmente trabalho em Osasco, um  município de São Paulo, tenho vivido muitas angústias, pois acredito que a escola pública pode oferecer uma educação de qualidade sim, e isso não precisa começar pelo dinheiro e sim pelas atitudes, reflexões e pela quebra de paradigmas e estereotipias. Nossa crianças merecem vivenciar novas experiências diariamente, merecem um espaço pensado para ela com toda segurança e com condições de ser explorado.
   Diante de tantas coisas que tem acontecido na educação em todos os seus âmbitos, eu ainda posso agradecer a Deus pelas minhas companheiras de trabalho que tenho, afinal somos em 4 e a nossa sintonia é visível, temos a mesma proposta de trabalho e acreditamos na criança potente.
   Pensando assim, em prol das crianças e de acordo com a proposta desta prefeitura o projeto deste mês era trabalhar os contos indígenas. O grupo abordou a cultura indígena de forma estereotipada, com cocar, oca, pintura de rosto no dia 19, enfim....
   Desculpe mas acho que os contos indígenas são muito ricos para serem desenvolvido com as crianças, podendo envolve-los com os personagens, levando-os para a sala de aula e colocando-os como protagonistas desta construção, o que foi muita mais rico e compreensível, tenho certeza, pois as crianças tem nos dado essas respostas diariamente, temos o papel de formar seres pensantes e reflexivos, protagonistas de sua história e não seres alienados e corrompidos por uma sociedade egoísta e consumista.
   Por isso, mesmo tendo já passando o dia do índio, acho que a reflexão é sempre bem vinda em qualquer momento, então sugiro a leitura deste texto da nova escola, que aborda um pouco desda cultura com um olhar diferenciado, o olhar que nós educadores, seres reflexivos, pensantes e formadores de opiniões devemos ter.  
   Até porque o índio hoje ele é contemporâneo, vive na mesma sociedade como nós e não de forma isolada, hoje eles estudam, se formam em faculdades, andam na rua e vestem roupas e não andam mais nus.
   Após essa discussão com as professoras que trabalho, resolvemos fazer um trabalho que se complementassem, e hoje tivemos um grande resultado que ainda está para ser finalizado. Através da literatura infantil (gênero lendas) trabalhamos com as crianças o seu imaginário, brincadeiras, construção dos personagens com sucatas, músicas, histórias em áudio e muitas outras coisas que surgiram ao longo dos dias.
   O cenário que procuramos montar para que as crianças se envolvessem com as histórias foi coletiva e claro com a participação de cada um deles.
Está assim.... Ainda será finalizado, pois estamos trabalhado a nossa última lenda.


   Acho que quanto educadores precisamos repensar a nossa prática diariamente, buscar novas leituras, estar sempre atualizados, ter um olha atendo as crianças e as suas escutas.

    A Educação infantil corresponde à educação ministrada desde o nascimento até os 6 anos, aproximadamente. Considerada indispensável, ela oferece os fundamentos do desenvolvimento da criança num aspecto físico, psíquico, cognitivo e social (FREIRE, 2006).

Cem linguagens da criança


“A criança é feita de cem...
A criança tem cem linguagens
(e depois cem cem cem)
mas roubam-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura
lhe separam a cabeça do corpo...
Dizem-lhe enfim:
Que o cem não existe.
A criança diz:
Ao contrário o cem existe”



(Loris Malaguzzi)


Talita de Oliveira Zornoff

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